Uma pesquisa recente da Associação Comercial de São Paulo mostrou que a pandemia do coronavírus já impactou as vendas das empresas no Brasil, por conta das medidas seguidas pela população para evitar a propagação da doença, que incluem a menor circulação de pessoas em locais públicos, como shopping centers, por exemplo.

Nos dias 14 e 15 de março deste ano, um sábado e um domingo, respectivamente, o levantamento apontou recuo de 16,7% nas consultas para negócios à vista e a prazo em relação ao mesmo fim de semana do ano passado. Em relação ao fim de semana anterior a queda foi de 16,3%.

Em entrevista à revista Exame, o economista-chefe da Associação Comercial de São Paulo, Marciel Solimeo, destacou que a retração é forte, sendo que, antes da adoção das medidas emergenciais diante do coronavírus, as vendas no varejo cresciam 5,3% no mês de março, em comparação com o mesmo mês em 2019, somente na cidade de São Paulo.

Por outro lado, o isolamento provocado pela pandemia fez com que as pessoas se voltassem para o comércio eletrônico. As vendas pela internet, especialmente de itens de primeira necessidade, cresceram recentemente.

Para se ter uma ideia, a gigante de marketplace Mercado Livre registrou aumento de 15% em março deste ano, em comparação ao mês de fevereiro, nas vendas das categorias saúde, cuidado pessoal, alimentos e bebidas. Na comparação com a primeira quinzena de março de 2019 o crescimento foi de 65%.

A mudança no mercado tem feito com que empresas varejistas se voltem para o comércio eletrônico. Supermercados, por exemplo, que têm participação baixa no e-commerce, tendem a aumentar suas vendas online.

Com o crescimento da demanda pela internet, as empresas também terão que se atentar para a questão da logística, aumentando o número de colaboradores nesse setor, bem como tomar os cuidados necessários para que eles e seus clientes não corram risco de se infectarem com o novo coronavírus.